A análise preditiva utiliza dados adequadamente organizados e processados para identificar a probabilidade de resultados futuros com base em informações do passado. O objetivo é ir além de entender o que aconteceu e obter uma melhor avaliação do que poderá ocorrer no futuro.
Enquanto a predição é uma ferramenta que nos ajuda a antecipar cenários com base em informações e conhecimento prévio, a adivinhação está mais associada a práticas místicas e previsões do futuro. Predição é sobre probabilidades, adivinhação é sobre mitologia.
Mitologia é um conjunto de histórias, lendas e crenças que fazem parte da cultura do mercado. É aquilo em que acreditávamos antes de termos o processamento lógico e racional de fatos e dados.
A atual BSEMG digital da Associação tem 5 anos. Nascida como BSIM, Bolsa de Suínos etc 7 anos atrás tem por objetivo central promover um debate de formação de preços baseados em fatos e dados.
Ao entendermos exatamente como funciona a oferta de suínos vivos, semana a semana, nos tornamos capazes de perceber como as demais variáveis do mercado se comportam. Isso trouxe grande evolução!
Em resumo, a análise preditiva nos ajuda a entender o que pode acontecer no futuro, enquanto a predição é o processo específico de fazer previsões com base em dados históricos. Ambos são essenciais para a tomada de decisões informadas e estratégicas.
Observe a sequência de comentários da ASSUVAP do final de janeiro, onde já tínhamos deixado para trás o resíduo do mercado de dezembro até o final do mês de março desse ano.
Dia 25/01, segunda semana de R$ 6,30: Mercado encontrou o piso e isso traz consigo uma consequente melhora nos preços. Expectativas são poderosas e quando favoráveis fazem automaticamente aumentar a demanda e reduzir a oferta.
Dia 01/02, preço subiu R$ 0,50 indo para R$ 6,80: Mercado segue muito firme podendo ser classificado como eufórico. É o comportamento padrão que sempre ocorre na retomada de alta dos preços: forte encolhimento das ofertas e aparente aumento de demanda.
Dia 08/02, preço subiu R$ 0,10 indo para R$ 6,90: Mercado essa semana foi firme buscando mais um reajuste de preços.
Dia 15/02, preço caiu R$ 0,10 para R$ 6,80: Mercado ajustando ao saldo do Carnaval em movimento previsível dos preços.
Dia 22/02, preço cai R$ 0,40 para R$ 6,40: Mercado segue a trajetória do ciclo de baixa e já está próximo de encontrar o piso.
Dia 29/02, preço manteve em R$ 6,40: Mercado confirma ter encontrado o piso dos preços. Com a entrada do novo mês a tendência é a inversão das expectativas e uma nova trajetória de alta.
Dia 07/03, preço subiu R$ 0,40 indo para R$ 6,80: Mercado em alta, funcionando conforme previsto e antecipado lá no piso da baixa. O entendimento dos mecanismos do “mercado soberano” colabora positivamente com as decisões dos suinocultores.
Dia 14/03, preço manteve em R$ 6,80: Mercado aquecido com comportamento padrão que ocorre nos limites superiores dos preços.
Dia 21/03, preço cai R$ 0,40 para R$ 6,40: O mercado não reage ao que falamos. Ele funciona baseado em oferta e procura que são dominadas pelas expectativas. A inversão do miniciclo de preços seguirá seu curso até uma “área de suporte” onde os preços tendem a se estabilizar. Esse piso não é um preço fixo, é uma “faixa de preços” que pode variar dependendo das circunstâncias.
Dia 28/03, preço manteve em R$ 6,80: O preço do suíno vivo mais uma vez repetiu o padrão que está seguindo desde julho de 2023. Quem consegue observar o “mercado” ao invés de ficar olhando para o frigorífico já entendeu como funciona.
Você percebe o padrão dos comentários? Que eles tratam exclusivamente do “mercado” e não dos frigoríficos? Enxerga a lógica sobre os preços de resistência/teto e suporte/piso?
Descarte os mitos que você carrega sobre os frigoríficos.
Atualize-se nos fundamentos e procure melhorar suas visões sobre o funcionamento do “mercado”.
Boas escolhas dependem disso!
Alvimar Jalles é médico-veterinário, consultor de mercado da Associação Dos Suinocultores do Estado De Minas Gerais (ASEMG) e consultor veterinário em suínos.